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Questões - ESCOLA NAVAL 2016 | Gabarito e resoluções

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Questão 4
2016Português

(ESC. NAVAL - 2016) Laivos de memria ... e quando tiverem chegado, vitoriosamente, ao fim dessa primeira etapa, mais ainda se convencero de que abraaram uma carreira difcil, rdua, cheia de sacrifcios, mas til, nobre e, sobretudo bela. (NOSSA VOGA, Escola Naval, Ilha de Villegagnon, 1964) H quase 50 anos, experimentei um misto de angstia, tristeza e ansiedade que meu jovem corao de adolescente soube suportar com bravura. Naquela ocasio, despedia-me dos amigos de infncia e da famlia e deixava para trs buclica cidadezinha da regio serrana fluminense. A motivao que me levava a abandonar gentes e coisas to caras era, naquele momento, suficientemente forte para respaldar a deciso tomada de dar novos rumos minha vida. Meu mundo de ento se tornara pequeno demais para as minhas aspiraes. Meus desejos e sonhos projetavam horizontes que iam muito alm das montanhas que circundam minha terra natal. Como resistir seduo e ao fascnio que a vida no mar desperta nos coraes dos jovens? Havia, portanto, uma convico: aquelas despedidas, ainda que dolorosas e despedidas so sempre dolorosas no seriam certamente em vo. No tinha dvidas de que os sonhos que acalentavam meu corao pouco a pouco iriam se converter em realidade. Em maro de 1962, desembarcvamos do Aviso Rio das Contas na ponte de atracao do Colgio Naval, como integrantes de mais uma Turma desse tradicional estabelecimento de ensino da Marinha do Brasil. Ainda que a ansiedade persistisse oprimindo o peito dos novos e orgulhosos Alunos do Colgio Naval, no posso negar que a tristeza, que antes havia ocupado espao em nossos coraes, era naquele momento substituda pelo contentamento peculiar dos vitoriosos. E o sentimento de perda, experimentado por ocasio das despedidas, provara-se equivocado: s nossas caras famlias de origem agregava-se uma nova, a Famlia Naval, composta pelos recm-chegados companheiros; e s respectivas cidades de nascimento, como a minha buclica Bom Jardim, juntava-se, naquele instante, a bela e graciosa enseada Batista das Neves em Angra dos Reis, como mais tarde se agregaria histrica Villegagnon em meio sublime baa de Guanabara. Ao todo foram seis anos de companheirismo e feliz convivncia, tanto no Colgio como na Escola Naval. Seis anos de aprendizagem cientfica, humanstica e, sobretudo, militar-naval. Seis anos entremeados de aulas, festivais de provas, prticas esportivas, remo, vela, cabo de guerra, navegao, marinharia, ordem-unida, atividades extraclasses, recreativas, culturais e sociais, que deixaram marcas indelveis. Estes e tantos outros smbolos, objetos e acontecimentos passados desfilam hoje, deliciosa e inexoravelmente distantes, em meio a saudosos devaneios. Ainda como alunos do Colgio Naval, os contatos preliminares com a vida de bordo e as primeiras idas para o mar a razo de ser da carreira naval. Como Aspirantes, derrotas mais longas e as primeiras descobertas: Santos, Salvador, Recife e Fortaleza! Fechando o ciclo das Viagens de Instruo, o to sonhado embarque no Navio-Escola. Viagem maravilhosa! Ns, da Turma Mguens, Guardas-Marinha de 1967, tivemos a oportunidade mpar e rara de participar de um cruzeiro ao redor do mundo em 1968: a Quinta Circum-navegao da Marinha Brasileira. Aps o regresso, as platinas de Segundo-Tenente, o primeiro embarque efetivo e o verdadeiro incio da vida profissional no meu caso, a bordo do cruzador Tamandar, o inesquecvel C-12. Era a inevitvel separao da Turma do CN-62/63 e da EM-64/67. Novamente um misto de satisfao e ansiedade tomou conta do corao, agora do jovem Tenente, ao se apresentar para servir a bordo de um navio de nossa Esquadra. Aps proveitosos, mas descontrados estgios de instruo como Aspirante e Guarda-Marinha, quando as responsabilidades eram restritas a compromissos curriculares, as platinas de Oficial comeariam, finalmente, a pesar forte em nossos ombros. Sobre essa transio do status de Guarda-Marinha para Tenente, o notvel escritor-marinheiro Gasto Penalva escrevera com muita propriedade: ... a fase inesquecvel de nosso ofcio. Coincide exatamente com a adolescncia, primavera da vida. Tudo so flores e iluses... Depois comeam a despontar as responsabilidades, as agruras de novos cargos, o acmulo de deveres novos. E esses novos cargos e deveres novos, que foram se multiplicando a bordo de velhos e saudosos navios, deixariam agradveis e duradouras lembranas em nossa memria. Com o passar dos tempos, inmeros Conveses e Praa d Armas, hoje saudosas, foram se incorporando ao acervo profissional-afetivo de cada um dos integrantes daquela Turma de Guardas-Marinha de 1967. Ah! Como gratificante, ainda que melanclico, repassar tantas lembranas, tantos termos expressivos, tanta gria maruja, tantas tradies, fainas e eventos to intensamente vividos a bordo de inesquecveis e saudosos navios... E as viagens foram se multiplicando ao longo de bem aproveitados anos de embarque, de centenas de dias de mar e de milhares de milhas navegadas em alto mar, singrando as extensas massas lquidas que formam os grandes oceanos, ou ao longo das guas costeiras que banham os recortados litorais, com passagens, visitas e arribadas em um sem-nmero de enseadas, baas, barras, angras, estreitos, furos e canais espalhados pelos quatro cantos do mundo, percorridos nem sempre com mares bonanosos e ventos tranquilos e favorveis. Inmeros foram tambm os portos e cidades visitadas, no s no Brasil como no exterior, o que sempre nos proporciona inestimveis e valiosos conhecimentos, principalmente graas ao contato com povos diferentes e at mesmo de culturas exticas e hbitos s vezes totalmente diversos dos nossos, como os ribeirinhos amazonenses ou os criadores de serpentes da antiga Taprobana, ex-Ceilo e hoje Sri Lanka. Como foi fascinante e delicioso navegar por todos esses cantos. Cada novo mar percorrido, cada nova enseada, estreito ou porto visitado tinha sempre um gosto especial de descoberta... Sim, pois, como dizia Cmara Cascudo, o mar no guarda os vestgios das quilhas que o atravessam. Cada marinheiro tem a iluso cordial do descobrimento. (CSAR, CMG (RM1) William Carmo. Laivos de memria. In: Revista de Villegagnon, Ano IV, n 4, 2009. p. 42-50. Texto adaptado) Assinale a opo em que o uso do acento grave, indicativo de crase, facultativo.

Questão
2016Português

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o texto abaixo e responda à(s) questão(ões) a seguir. Sobre o mar e o navio Na guerra naval, existem ainda algumas peculiaridades que merecem ser abordadas. Uma delas diz respeito ao cenário das batalhas: o mar. Diferente, em linhas gerais, dos teatros de operações terrestres, o mar não tem limites, não tem fronteiras definidas, a não ser nas proximidades dos litorais, nos estreitos, nas baías e enseadas. Em uma batalha em mar aberto, certamente, poderão ser empregadas manobras táticas diversas dos engajamentos efetuados em área marítima restrita. Nelas, as forças navais podem se valer das características geográficas locais, como fez o comandante naval grego Temístocles, em 480 a.C. ao atrair as forças persas para a baía de Salamina, onde pôde proteger os flancos de sua formatura, evitando o envolvimento pela força naval numericamente superior dos invasores persas. As condições meteorológicas são outros fatores que também afetam, muitas vezes de forma drástica, as operações nos teatros marítimos. O mar grosso, os vendavais, ou mesmo as longas calmarias, especialmente na era da vela, são responsáveis por grandes transtornos ao governo dos navios, dificultando fainas e manobras e, não poucas vezes, interferindo nos resultados das ações navais ou mesmo impedindo o engajamento. É oportuno relembrar que o vento e a força do mar destruíram as esquadras persa (490 a.C.), mongol (1281) e a incrível Armada Espanhola (1588), salvando respectivamente a Grécia, o Japão (que denominou de kamikaze o vento divino salvador) e a Inglaterra daqueles invasores vindos do mar. O cenário marítimo também é o responsável pela causa mortis da maioria dos tripulantes dos navios afundados nas batalhas navais, cujas baixas por afogamento são certamente mais numerosas do que as causadas pelos ferimentos dos impactos dos projéteis, dos estilhaços e dos abalroamentos. Em maio de 1941, o cruzador de batalha britânico HMS Hood, atingido pelo fogo da artilharia do Bismarck, afundou, em poucos minutos, levando para o fundo cerca de 1400tripulantes, dos quais apenas três sobreviveram. Aliás, o instante do afundamento de um navio é um momento crucial para a sobrevivência daqueles tripulantes que conseguem saltar ou são jogados ao mar, pois o efeito da sucção pode arrastar para o fundo os tripulantes que estiverem nas proximidades do navio no momento da submersão. Por sua vez, os náufragos podem permanecer dias, semanas, em suas balsas à deriva, em um mar batido pela ação dos ventos, continuamente borrifadas pelas águas salgadas, sofrendo o calor tropical escaldante ou o frio intenso das altas latitudes, como nos mares Ártico, do Norte ou Báltico, cujas baixas temperaturas dos tempos invernais limitam cabalmente o tempo de permanência nágua dos náufragos, tornando fundamental para a sua sobrevivência a rapidez do socorro prestado. O navio também é um engenho de guerra singular. Ao mesmo tempo morada e local de trabalho do marinheiro, graças à sua mobilidade, tem a capacidade de conduzir homens e armas até o cenário da guerra. Plataforma bélica plena e integral, engaja batalhas, sofre derrotas, naufraga ou conquista vitórias, tornando-se quase sempre objeto inesquecível da história de sua marinha e país. (CESAR, William Carmo. Sobre o mar e o navio. In: __________. Uma história das Guerras Navais: o desenvolvimento tecnológico das belonaves e o emprego do Poder Naval ao longo dos tempos. Rio de Janeiro: FEMAR, 2013. p. 396-398) (Esc. Naval 2016) Considerando a regência, assinale a opção em que a troca da preposição NÃO altera a relação de sentido estabelecida entre os termos.

Questão
2016Português

(Esc. Naval 2016) Laivos de memória ... e quando tiverem chegado, vitoriosamente, ao fim dessa primeira etapa, mais ainda se convencerão de que abraçaram uma carreira difícil, árdua, cheia de sacrifícios, mas útil, nobre e, sobretudo bela. (NOSSA VOGA, Escola Naval, Ilha de Villegagnon, 1964) Há quase 50 anos, experimentei um misto de angústia, tristeza e ansiedade que meu jovem coração de adolescente soube suportar com bravura. Naquela ocasião, despedia-me dos amigos de infância e da família e deixava para trás bucólica cidadezinha da região serrana fluminense. A motivação que me levava a abandonar gentes e coisas tão caras era, naquele momento, suficientemente forte para respaldar a decisão tomada de dar novos rumos à minha vida. Meu mundo de então se tornara pequeno demais para as minhas aspirações. Meus desejos e sonhos projetavam horizontes que iam muito além das montanhas que circundam minha terra natal. Como resistir à sedução e ao fascínio que a vida no mar desperta nos corações dos jovens? Havia, portanto, uma convicção: aquelas despedidas, ainda que dolorosas e despedidas são sempre dolorosas não seriam certamente em vão. Não tinha dúvidas de que os sonhos que acalentavam meu coração pouco a pouco iriam se converter em realidade. Em março de 1962, desembarcávamos do Aviso Rio das Contas na ponte de atracação do Colégio Naval, como integrantes de mais uma Turma desse tradicional estabelecimento de ensino da Marinha do Brasil. Ainda que a ansiedade persistisse oprimindo o peito dos novos e orgulhosos Alunos do Colégio Naval, não posso negar que a tristeza, que antes havia ocupado espaço em nossos corações, era naquele momento substituída pelo contentamento peculiar dos vitoriosos. E o sentimento de perda, experimentado por ocasião das despedidas, provara-se equivocado: às nossas caras famílias de origem agregava-se uma nova, a Família Naval, composta pelos recém-chegados companheiros; e às respectivas cidades de nascimento, como a minha bucólica Bom Jardim, juntava-se, naquele instante, a bela e graciosa enseada Batista das Neves em Angra dos Reis, como mais tarde se agregaria à histórica Villegagnon em meio à sublime baía de Guanabara. Ao todo foram seis anos de companheirismo e feliz convivência, tanto no Colégio como na Escola Naval. Seis anos de aprendizagem científica, humanística e, sobretudo, militar-naval. Seis anos entremeados de aulas, festivais de provas, práticas esportivas, remo, vela, cabo de guerra, navegação, marinharia, ordem-unida, atividades extraclasses, recreativas, culturais e sociais, que deixaram marcas indeléveis. Estes e tantos outros símbolos, objetos e acontecimentos passados desfilam hoje, deliciosa e inexoravelmente distantes, em meio a saudosos devaneios. Ainda como alunos do Colégio Naval, os contatos preliminares com a vida de bordo e as primeiras idas para o mar a razão de ser da carreira naval. Como Aspirantes, derrotas mais longas e as primeiras descobertas: Santos, Salvador, Recife e Fortaleza! Fechando o ciclo das Viagens de Instrução, o tão sonhado embarque no Navio-Escola. Viagem maravilhosa! Nós, da Turma Míguens, Guardas-Marinha de 1967, tivemos a oportunidade ímpar e rara de participar de um cruzeiro ao redor do mundo em 1968: a Quinta Circum-navegação da Marinha Brasileira. Após o regresso, as platinas de Segundo-Tenente, o primeiro embarque efetivo e o verdadeiro início da vida profissional no meu caso, a bordo do cruzador Tamandaré, o inesquecível C-12. Era a inevitável separação da Turma do CN-62/63 e da EM-64/67. Novamente um misto de satisfação e ansiedade tomou conta do coração, agora do jovem Tenente, ao se apresentar para servir a bordo de um navio de nossa Esquadra. Após proveitosos, mas descontraídos estágios de instrução como Aspirante e Guarda-Marinha, quando as responsabilidades eram restritas a compromissos curriculares, as platinas de Oficial começariam, finalmente, a pesar forte em nossos ombros. Sobre essa transição do status de Guarda-Marinha para Tenente, o notável escritor-marinheiro Gastão Penalva escrevera com muita propriedade: ... é a fase inesquecível de nosso ofício. Coincide exatamente com a adolescência, primavera da vida. Tudo são flores e ilusões... Depois começam a despontar as responsabilidades, as agruras de novos cargos, o acúmulo de deveres novos. E esses novos cargos e deveres novos, que foram se multiplicando a bordo de velhos e saudosos navios, deixariam agradáveis e duradouras lembranças em nossa memória. Com o passar dos tempos, inúmeros Conveses e Praça d Armas, hoje saudosas, foram se incorporando ao acervo profissional-afetivo de cada um dos integrantes daquela Turma de Guardas-Marinha de 1967. Ah! Como é gratificante, ainda que melancólico, repassar tantas lembranças, tantos termos expressivos, tanta gíria maruja, tantas tradições, fainas e eventos tão intensamente vividos a bordo de inesquecíveis e saudosos navios... E as viagens foram se multiplicando ao longo de bem aproveitados anos de embarque, de centenas de dias de mar e de milhares de milhas navegadas em alto mar, singrando as extensas massas líquidas que formam os grandes oceanos, ou ao longo das águas costeiras que banham os recortados litorais, com passagens, visitas e arribadas em um sem-número de enseadas, baías, barras, angras, estreitos, furos e canais espalhados pelos quatro cantos do mundo, percorridos nem sempre com mares bonançosos e ventos tranquilos e favoráveis. Inúmeros foram também os portos e cidades visitadas, não só no Brasil como no exterior, o que sempre nos proporciona inestimáveis e valiosos conhecimentos, principalmente graças ao contato com povos diferentes e até mesmo de culturas exóticas e hábitos às vezes totalmente diversos dos nossos, como os ribeirinhos amazonenses ou os criadores de serpentes da antiga Taprobana, ex-Ceilão e hoje Sri Lanka. Como foi fascinante e delicioso navegar por todos esses cantos. Cada novo mar percorrido, cada nova enseada, estreito ou porto visitado tinha sempre um gosto especial de descoberta... Sim, pois, como dizia Câmara Cascudo, o mar não guarda os vestígios das quilhas que o atravessam. Cada marinheiro tem a ilusão cordial do descobrimento. (CÉSAR, CMG (RM1) William Carmo. Laivos de memória. In: Revista de Villegagnon, Ano IV, n 4, 2009. p. 42-50. Texto adaptado) No trecho Há quase 50 anos, experimentei um misto de angústia, tristeza e ansiedade que meu jovem coração de adolescente soube suportar com bravura (1 parágrafo), o autor usou uma figura de linguagem denominada

Questão
2016Matemática

(ESCOLA NAVAL - 2016) Seja q = (cos 5)x(cos 20)x(cos 40)x(cos 85) a razo de uma progresso geomtrica infinita com termo inicial a0=1/4. Sendo assim, correto afirmar que a soma dos termos dessa progresso vale:

Questão
2016Física

(Esc. Naval 2016) Analise a figura abaixo. A figura acima mostra um equipamento metlico que est eletricamente isolado do solo por meio de uma base quadrada de borracha com 0,5 m de lado, 1,0 cm de espessura, e resistividade 1013m.A mxima ddp entre o equipamento e o solo obtida para uma corrente mxima de 0,5A,fluindo uniformemente atravs da rea da base. O valor da ddpmxima, em quilovolts,

Questão
2016Inglês

(ESCOLA NAVAL - 2016) Which is the correct option to complete the dialogue? What did John tell Mary last Saturday? John told __________ the day before.

Questão
2016Português

(ESC. NAVAL - 2016) Laivos de memria ... e quando tiverem chegado, vitoriosamente, ao fim dessa primeira etapa, mais ainda se convencero de que abraaram uma carreira difcil, rdua, cheia de sacrifcios, mas til, nobre e, sobretudo bela. (NOSSA VOGA, Escola Naval, Ilha de Villegagnon, 1964) H quase 50 anos, experimentei um misto de angstia, tristeza e ansiedade que meu jovem corao de adolescente soube suportar com bravura. Naquela ocasio, despedia-me dos amigos de infncia e da famlia e deixava para trs buclica cidadezinha da regio serrana fluminense. A motivao que me levava a abandonar gentes e coisas to caras era, naquele momento, suficientemente forte para respaldar a deciso tomada de dar novos rumos minha vida. Meu mundo de ento se tornara pequeno demais para as minhas aspiraes. Meus desejos e sonhos projetavam horizontes que iam muito alm das montanhas que circundam minha terra natal. Como resistir seduo e ao fascnio que a vida no mar desperta nos coraes dos jovens? Havia, portanto, uma convico: aquelas despedidas, ainda que dolorosas e despedidas so sempre dolorosas no seriam certamente em vo. No tinha dvidas de que os sonhos que acalentavam meu corao pouco a pouco iriam se converter em realidade. Em maro de 1962, desembarcvamos do Aviso Rio das Contas na ponte de atracao do Colgio Naval, como integrantes de mais uma Turma desse tradicional estabelecimento de ensino da Marinha do Brasil. Ainda que a ansiedade persistisse oprimindo o peito dos novos e orgulhosos Alunos do Colgio Naval, no posso negar que a tristeza, que antes havia ocupado espao em nossos coraes, era naquele momento substituda pelo contentamento peculiar dos vitoriosos. E o sentimento de perda, experimentado por ocasio das despedidas, provara-se equivocado: s nossas caras famlias de origem agregava-se uma nova, a Famlia Naval, composta pelos recm-chegados companheiros; e s respectivas cidades de nascimento, como a minha buclica Bom Jardim, juntava-se, naquele instante, a bela e graciosa enseada Batista das Neves em Angra dos Reis, como mais tarde se agregaria histrica Villegagnon em meio sublime baa de Guanabara. Ao todo foram seis anos de companheirismo e feliz convivncia, tanto no Colgio como na Escola Naval. Seis anos de aprendizagem cientfica, humanstica e, sobretudo, militar-naval. Seis anos entremeados de aulas, festivais de provas, prticas esportivas, remo, vela, cabo de guerra, navegao, marinharia, ordem-unida, atividades extraclasses, recreativas, culturais e sociais, que deixaram marcas indelveis. Estes e tantos outros smbolos, objetos e acontecimentos passados desfilam hoje, deliciosa e inexoravelmente distantes, em meio a saudosos devaneios. Ainda como alunos do Colgio Naval, os contatos preliminares com a vida de bordo e as primeiras idas para o mar a razo de ser da carreira naval. Como Aspirantes, derrotas mais longas e as primeiras descobertas: Santos, Salvador, Recife e Fortaleza! Fechando o ciclo das Viagens de Instruo, o to sonhado embarque no Navio-Escola. Viagem maravilhosa! Ns, da Turma Mguens, Guardas-Marinha de 1967, tivemos a oportunidade mpar e rara de participar de um cruzeiro ao redor do mundo em 1968: a Quinta Circum-navegao da Marinha Brasileira. Aps o regresso, as platinas de Segundo-Tenente, o primeiro embarque efetivo e o verdadeiro incio da vida profissional no meu caso, a bordo do cruzador Tamandar, o inesquecvel C-12. Era a inevitvel separao da Turma do CN-62/63 e da EM-64/67. Novamente um misto de satisfao e ansiedade tomou conta do corao, agora do jovem Tenente, ao se apresentar para servir a bordo de um navio de nossa Esquadra. Aps proveitosos, mas descontrados estgios de instruo como Aspirante e Guarda-Marinha, quando as responsabilidades eram restritas a compromissos curriculares, as platinas de Oficial comeariam, finalmente, a pesar forte em nossos ombros. Sobre essa transio do status de Guarda-Marinha para Tenente, o notvel escritor-marinheiro Gasto Penalva escrevera com muita propriedade: ... a fase inesquecvel de nosso ofcio. Coincide exatamente com a adolescncia, primavera da vida. Tudo so flores e iluses... Depois comeam a despontar as responsabilidades, as agruras de novos cargos, o acmulo de deveres novos. E esses novos cargos e deveres novos, que foram se multiplicando a bordo de velhos e saudosos navios, deixariam agradveis e duradouras lembranas em nossa memria. Com o passar dos tempos, inmeros Conveses e Praa d Armas, hoje saudosas, foram se incorporando ao acervo profissional-afetivo de cada um dos integrantes daquela Turma de Guardas-Marinha de 1967. Ah! Como gratificante, ainda que melanclico, repassar tantas lembranas, tantos termos expressivos, tanta gria maruja, tantas tradies, fainas e eventos to intensamente vividos a bordo de inesquecveis e saudosos navios... E as viagens foram se multiplicando ao longo de bem aproveitados anos de embarque, de centenas de dias de mar e de milhares de milhas navegadas em alto mar, singrando as extensas massas lquidas que formam os grandes oceanos, ou ao longo das guas costeiras que banham os recortados litorais, com passagens, visitas e arribadas em um sem-nmero de enseadas, baas, barras, angras, estreitos, furos e canais espalhados pelos quatro cantos do mundo, percorridos nem sempre com mares bonanosos e ventos tranquilos e favorveis. Inmeros foram tambm os portos e cidades visitadas, no s no Brasil como no exterior, o que sempre nos proporciona inestimveis e valiosos conhecimentos, principalmente graas ao contato com povos diferentes e at mesmo de culturas exticas e hbitos s vezes totalmente diversos dos nossos, como os ribeirinhos amazonenses ou os criadores de serpentes da antiga Taprobana, ex-Ceilo e hoje Sri Lanka. Como foi fascinante e delicioso navegar por todos esses cantos. Cada novo mar percorrido, cada nova enseada, estreito ou porto visitado tinha sempre um gosto especial de descoberta... Sim, pois, como dizia Cmara Cascudo, o mar no guarda os vestgios das quilhas que o atravessam. Cada marinheiro tem a iluso cordial do descobrimento. (CSAR, CMG (RM1) William Carmo. Laivos de memria. In: Revista de Villegagnon, Ano IV, n 4, 2009. p. 42-50. Texto adaptado) Em que opo encontra-se uma palavra, cujo processo de formao o mesmo do termo destacado em [...] o to sonhado embarque [...]. (11 pargrafo)

Questão
2016Inglês

(Esc. Naval - 2016) What is the correct option to complete the text below? Mosquito Screens to Be Used at Rio Games Even as athletes grow increasingly concerned about _____ outbreak of _____ Zika virus in Brazil, _____ organizing committee for the August Olympics in Rio de Janeiro said it would charge national delegations to have mosquito screens on athletes rooms. _____ screens, one measure Brazilians are using to help ward off the mosquito that is the primary transmitter of Zika, will be installed in communal areas where required, but affixed to lodging only if national delegations decide to pay for it, said Philip Wilkinson, _____ spokesman for the Rio 2016 organizing committee. (http://www.nytimes.com)

Questão
2016Inglês

(ESCOLA NAVAL - 2016) Which is the correct option to complete the sentence below? 25 simples well-being tricks to health-proof your body Lets be honest, we could all do with looking _____ ourselves better. And if you follow these simple well-being tricks to health-proof your body, youll soon feel the benefits. Here are 25 instant body boosters from top to toe. (http://www.mirror.co.uk/lifestyle/health/25-simple-health-tips-boost-2305412)

Questão
2016Inglês

(Esc. Naval - 2016) Which is the correct option to complete the excerpt below? The Legacy of Hartlepool Hall [] Where did you get this recipe for roast chicken, my dear? Quite delicious. Its the same thing we have every day, Daddy, replied Annabel. Is it really? It tastes quite different this week. Do you have a good cook at Hartlepool Hall, Edward? Is Mrs. Horton still there? But she __________ be. She __________ be dead by now. (TORDAY, Paul. The Legacy of Hartlepool Hall. London: Weidenfeld Nicolson, 2012.)

Questão
2016Português

(Esc. Naval 2016) Laivos de memória ... e quando tiverem chegado, vitoriosamente, ao fim dessa primeira etapa, mais ainda se convencerão de que abraçaram uma carreira difícil, árdua, cheia de sacrifícios, mas útil, nobre e, sobretudo bela. (NOSSA VOGA, Escola Naval, Ilha de Villegagnon, 1964) Há quase 50 anos, experimentei um misto de angústia, tristeza e ansiedade que meu jovem coração de adolescente soube suportar com bravura. Naquela ocasião, despedia-me dos amigos de infância e da família e deixava para trás bucólica cidadezinha da região serrana fluminense. A motivação que me levava a abandonar gentes e coisas tão caras era, naquele momento, suficientemente forte para respaldar a decisão tomada de dar novos rumos à minha vida. Meu mundo de então se tornara pequeno demais para as minhas aspirações. Meus desejos e sonhos projetavam horizontes que iam muito além das montanhas que circundam minha terra natal. Como resistir à sedução e ao fascínio que a vida no mar desperta nos corações dos jovens? Havia, portanto, uma convicção: aquelas despedidas, ainda que dolorosas e despedidas são sempre dolorosas não seriam certamente em vão. Não tinha dúvidas de que os sonhos que acalentavam meu coração pouco a pouco iriam se converter em realidade. Em março de 1962, desembarcávamos do Aviso Rio das Contas na ponte de atracação do Colégio Naval, como integrantes de mais uma Turma desse tradicional estabelecimento de ensino da Marinha do Brasil. Ainda que a ansiedade persistisse oprimindo o peito dos novos e orgulhosos Alunos do Colégio Naval, não posso negar que a tristeza, que antes havia ocupado espaço em nossos corações, era naquele momento substituída pelo contentamento peculiar dos vitoriosos. E o sentimento de perda, experimentado por ocasião das despedidas, provara-se equivocado: às nossas caras famílias de origem agregava-se uma nova, a Família Naval, composta pelos recém-chegados companheiros; e às respectivas cidades de nascimento, como a minha bucólica Bom Jardim, juntava-se, naquele instante, a bela e graciosa enseada Batista das Neves em Angra dos Reis, como mais tarde se agregaria à histórica Villegagnon em meio à sublime baía de Guanabara. Ao todo foram seis anos de companheirismo e feliz convivência, tanto no Colégio como na Escola Naval. Seis anos de aprendizagem científica, humanística e, sobretudo, militar-naval. Seis anos entremeados de aulas, festivais de provas, práticas esportivas, remo, vela, cabo de guerra, navegação, marinharia, ordem-unida, atividades extraclasses, recreativas, culturais e sociais, que deixaram marcas indeléveis. Estes e tantos outros símbolos, objetos e acontecimentos passados desfilam hoje, deliciosa e inexoravelmente distantes, em meio a saudosos devaneios. Ainda como alunos do Colégio Naval, os contatos preliminares com a vida de bordo e as primeiras idas para o mar a razão de ser da carreira naval. Como Aspirantes, derrotas mais longas e as primeiras descobertas: Santos, Salvador, Recife e Fortaleza! Fechando o ciclo das Viagens de Instrução, o tão sonhado embarque no Navio-Escola. Viagem maravilhosa! Nós, da Turma Míguens, Guardas-Marinha de 1967, tivemos a oportunidade ímpar e rara de participar de um cruzeiro ao redor do mundo em 1968: a Quinta Circum-navegação da Marinha Brasileira. Após o regresso, as platinas de Segundo-Tenente, o primeiro embarque efetivo e o verdadeiro início da vida profissional no meu caso, a bordo do cruzador Tamandaré, o inesquecível C-12. Era a inevitável separação da Turma do CN-62/63 e da EM-64/67. Novamente um misto de satisfação e ansiedade tomou conta do coração, agora do jovem Tenente, ao se apresentar para servir a bordo de um navio de nossa Esquadra. Após proveitosos, mas descontraídos estágios de instrução como Aspirante e Guarda-Marinha, quando as responsabilidades eram restritas a compromissos curriculares, as platinas de Oficial começariam, finalmente, a pesar forte em nossos ombros. Sobre essa transição do status de Guarda-Marinha para Tenente, o notável escritor-marinheiro Gastão Penalva escrevera com muita propriedade: ... é a fase inesquecível de nosso ofício. Coincide exatamente com a adolescência, primavera da vida. Tudo são flores e ilusões... Depois começam a despontar as responsabilidades, as agruras de novos cargos, o acúmulo de deveres novos. E esses novos cargos e deveres novos, que foram se multiplicando a bordo de velhos e saudosos navios, deixariam agradáveis e duradouras lembranças em nossa memória. Com o passar dos tempos, inúmeros Conveses e Praça d Armas, hoje saudosas, foram se incorporando ao acervo profissional-afetivo de cada um dos integrantes daquela Turma de Guardas-Marinha de 1967. Ah! Como é gratificante, ainda que melancólico, repassar tantas lembranças, tantos termos expressivos, tanta gíria maruja, tantas tradições, fainas e eventos tão intensamente vividos a bordo de inesquecíveis e saudosos navios... E as viagens foram se multiplicando ao longo de bem aproveitados anos de embarque, de centenas de dias de mar e de milhares de milhas navegadas em alto mar, singrando as extensas massas líquidas que formam os grandes oceanos, ou ao longo das águas costeiras que banham os recortados litorais, com passagens, visitas e arribadas em um sem-número de enseadas, baías, barras, angras, estreitos, furos e canais espalhados pelos quatro cantos do mundo, percorridos nem sempre com mares bonançosos e ventos tranquilos e favoráveis. Inúmeros foram também os portos e cidades visitadas, não só no Brasil como no exterior, o que sempre nos proporciona inestimáveis e valiosos conhecimentos, principalmente graças ao contato com povos diferentes e até mesmo de culturas exóticas e hábitos às vezes totalmente diversos dos nossos, como os ribeirinhos amazonenses ou os criadores de serpentes da antiga Taprobana, ex-Ceilão e hoje Sri Lanka. Como foi fascinante e delicioso navegar por todos esses cantos. Cada novo mar percorrido, cada nova enseada, estreito ou porto visitado tinha sempre um gosto especial de descoberta... Sim, pois, como dizia Câmara Cascudo, o mar não guarda os vestígios das quilhas que o atravessam. Cada marinheiro tem a ilusão cordial do descobrimento. (CÉSAR, CMG (RM1) William Carmo. Laivos de memória. In: Revista de Villegagnon, Ano IV, n 4, 2009. p. 42-50. Texto adaptado) Em que opção o autor apresenta a solução positiva para as perdas decorrentes de sua escolha profissional?

Questão
2016Inglês

(Esc. Naval - 2016) Which is the correct option to complete the excerpt below? The Legacy of Hartlepool Hall He thought that if he had the courage to visit the Long Gallery, the portraits of ____________ ancestors would come to life____________ frames,____________ would point____________ fingers and say: We did____________ duty. We spent the money as____________ was meant to be spent [...]. (TORDAY, Paul.The Legacy of Hartlepool Hall.London: Weidenfeld Nicolson, 2012.)

Questão
2016Português

(Esc. Naval 2016) Sobre o mar e o navio Na guerra naval, existem ainda algumas peculiaridades que merecem ser abordadas. Uma delas diz respeito ao cenário das batalhas: o mar. Diferente, em linhas gerais, dos teatros de operações terrestres, o mar não tem limites, não tem fronteiras definidas, a não ser nas proximidades dos litorais, nos estreitos, nas baías e enseadas. Em uma batalha em mar aberto, certamente, poderão ser empregadas manobras táticas diversas dos engajamentos efetuados em área marítima restrita. Nelas, as forças navais podem se valer das características geográficas locais, como fez o comandante naval grego Temístocles, em 480 a.C. ao atrair as forças persas para a baía de Salamina, onde pôde proteger os flancos de sua formatura, evitando o envolvimento pela força naval numericamente superior dos invasores persas. As condições meteorológicas são outros fatores que também afetam, muitas vezes de forma drástica, as operações nos teatros marítimos. O mar grosso, os vendavais, ou mesmo as longas calmarias, especialmente na era da vela, são responsáveis por grandes transtornos ao governo dos navios, dificultando fainas e manobras e, não poucas vezes, interferindo nos resultados das ações navais ou mesmo impedindo o engajamento. É oportuno relembrar que o vento e a força do mar destruíram as esquadras persa (490 a.C.), mongol (1281) e a incrível Armada Espanhola (1588), salvando respectivamente a Grécia, o Japão (que denominou de kamikaze o vento divino salvador) e a Inglaterra daqueles invasores vindos do mar. O cenário marítimo também é o responsável pela causa mortis da maioria dos tripulantes dos navios afundados nas batalhas navais, cujas baixas por afogamento são certamente mais numerosas do que as causadas pelos ferimentos dos impactos dos projéteis, dos estilhaços e dos abalroamentos. Em maio de 1941, o cruzador de batalha britânico HMS Hood, atingido pelo fogo da artilharia do Bismarck, afundou, em poucos minutos, levando para o fundo cerca de 1.400 tripulantes, dos quais apenas três sobreviveram. Aliás, o instante do afundamento de um navio é um momento crucial para a sobrevivência daqueles tripulantes que conseguem saltar ou são jogados ao mar, pois o efeito da sucção pode arrastar para o fundo os tripulantes que estiverem nas proximidades do navio no momento da submersão. Por sua vez, os náufragos podem permanecer dias, semanas, em suas balsas à deriva, em um mar batido pela ação dos ventos, continuamente borrifadas pelas águas salgadas, sofrendo o calor tropical escaldante ou o frio intenso das altas latitudes, como nos mares Ártico, do Norte ou Báltico, cujas baixas temperaturas dos tempos invernais limitam cabalmente o tempo de permanência nágua dos náufragos, tornando fundamental para a sua sobrevivência a rapidez do socorro prestado. O navio também é um engenho de guerra singular. Ao mesmo tempo morada e local de trabalho do marinheiro, graças à sua mobilidade, tem a capacidade de conduzir homens e armas até o cenário da guerra. Plataforma bélica plena e integral, engaja batalhas, sofre derrotas, naufraga ou conquista vitórias, tornando-se quase sempre objeto inesquecível da história de sua marinha e país. (CESAR, William Carmo. Sobre o mar e o navio. In: __________. Uma história das Guerras Navais: o desenvolvimento tecnológico das belonaves e o emprego do Poder Naval ao longo dos tempos. Rio de Janeiro: FEMAR, 2013. p. 396-398) Marque a opção em que a função sintática do pronome relativo está corretamente indicada.

Questão
2016Inglês

(ESCOLA NAVAL- 2016) Which of the options completes the sentence correctly? Peters got blue eyes, __________?

Questão
2016Português

(ESCOLA NAVAL - 2016) Laivos de memria ... e quando tiverem chegado, vitoriosamente, ao fim dessa primeira etapa, mais ainda se convencero de que abraaram uma carreira difcil, rdua, cheia de sacrifcios, mas til, nobre e, sobretudo bela. (NOSSA VOGA, Escola Naval, Ilha de Villegagnon, 1964) H quase 50 anos, experimentei um misto de angstia, tristeza e ansiedade que meu jovem corao de adolescente soube suportar com bravura. Naquela ocasio, despedia-me dos amigos de infncia e da famlia e deixava para trs buclica cidadezinha da regio serrana fluminense. A motivao que me levava a abandonar gentes e coisas to caras era, naquele momento, suficientemente forte para respaldar a deciso tomada de dar novos rumos minha vida. Meu mundo de ento se tornara pequeno demais para as minhas aspiraes. Meus desejos e sonhos projetavam horizontes que iam muito alm das montanhas que circundam minha terra natal. Como resistir seduo e ao fascnio que a vida no mar desperta nos coraes dos jovens? Havia, portanto, uma convico: aquelas despedidas, ainda que dolorosas e despedidas so sempre dolorosas no seriam certamente em vo. No tinha dvidas de que os sonhos que acalentavam meu corao pouco a pouco iriam se converter em realidade. Em maro de 1962, desembarcvamos do Aviso Rio das Contas na ponte de atracao do Colgio Naval, como integrantes de mais uma Turma desse tradicional estabelecimento de ensino da Marinha do Brasil. Ainda que a ansiedade persistisse oprimindo o peito dos novos e orgulhosos Alunos do Colgio Naval, no posso negar que a tristeza, que antes havia ocupado espao em nossos coraes, era naquele momento substituda pelo contentamento peculiar dos vitoriosos. E o sentimento de perda, experimentado por ocasio das despedidas, provara-se equivocado: s nossas caras famlias de origem agregava-se uma nova, a Famlia Naval, composta pelos recm-chegados companheiros; e s respectivas cidades de nascimento, como a minha buclica Bom Jardim, juntava-se, naquele instante, a bela e graciosa enseada Batista das Neves em Angra dos Reis, como mais tarde se agregaria histrica Villegagnon em meio sublime baa de Guanabara. Ao todo foram seis anos de companheirismo e feliz convivncia, tanto no Colgio como na Escola Naval. Seis anos de aprendizagem cientfica, humanstica e, sobretudo, militar-naval. Seis anos entremeados de aulas, festivais de provas, prticas esportivas, remo, vela, cabo de guerra, navegao, marinharia, ordem-unida, atividades extraclasses, recreativas, culturais e sociais, que deixaram marcas indelveis. Estes e tantos outros smbolos, objetos e acontecimentos passados desfilam hoje, deliciosa e inexoravelmente distantes, em meio a saudosos devaneios. Ainda como alunos do Colgio Naval, os contatos preliminares com a vida de bordo e as primeiras idas para o mar a razo de ser da carreira naval. Como Aspirantes, derrotas mais longas e as primeiras descobertas: Santos, Salvador, Recife e Fortaleza! Fechando o ciclo das Viagens de Instruo, o to sonhado embarque no Navio-Escola. Viagem maravilhosa! Ns, da Turma Mguens, Guardas-Marinha de 1967, tivemos a oportunidade mpar e rara de participar de um cruzeiro ao redor do mundo em 1968: a Quinta Circum-navegao da Marinha Brasileira. Aps o regresso, as platinas de Segundo-Tenente, o primeiro embarque efetivo e o verdadeiro incio da vida profissional no meu caso, a bordo do cruzador Tamandar, o inesquecvel C-12. Era a inevitvel separao da Turma do CN-62/63 e da EM-64/67. Novamente um misto de satisfao e ansiedade tomou conta do corao, agora do jovem Tenente, ao se apresentar para servir a bordo de um navio de nossa Esquadra. Aps proveitosos, mas descontrados estgios de instruo como Aspirante e Guarda-Marinha, quando as responsabilidades eram restritas a compromissos curriculares, as platinas de Oficial comeariam, finalmente, a pesar forte em nossos ombros. Sobre essa transio do status de Guarda-Marinha para Tenente, o notvel escritor-marinheiro Gasto Penalva escrevera com muita propriedade: ... a fase inesquecvel de nosso ofcio. Coincide exatamente com a adolescncia, primavera da vida. Tudo so flores e iluses... Depois comeam a despontar as responsabilidades, as agruras de novos cargos, o acmulo de deveres novos. E esses novos cargos e deveres novos, que foram se multiplicando a bordo de velhos e saudosos navios, deixariam agradveis e duradouras lembranas em nossa memria. Com o passar dos tempos, inmeros Conveses e Praa d Armas, hoje saudosas, foram se incorporando ao acervo profissional-afetivo de cada um dos integrantes daquela Turma de Guardas-Marinha de 1967. Ah! Como gratificante, ainda que melanclico, repassar tantas lembranas, tantos termos expressivos, tanta gria maruja, tantas tradies, fainas e eventos to intensamente vividos a bordo de inesquecveis e saudosos navios... E as viagens foram se multiplicando ao longo de bem aproveitados anos de embarque, de centenas de dias de mar e de milhares de milhas navegadas em alto mar, singrando as extensas massas lquidas que formam os grandes oceanos, ou ao longo das guas costeiras que banham os recortados litorais, com passagens, visitas e arribadas em um sem-nmero de enseadas, baas, barras, angras, estreitos, furos e canais espalhados pelos quatro cantos do mundo, percorridos nem sempre com mares bonanosos e ventos tranquilos e favorveis. Inmeros foram tambm os portos e cidades visitadas, no s no Brasil como no exterior, o que sempre nos proporciona inestimveis e valiosos conhecimentos, principalmente graas ao contato com povos diferentes e at mesmo de culturas exticas e hbitos s vezes totalmente diversos dos nossos, como os ribeirinhos amazonenses ou os criadores de serpentes da antiga Taprobana, ex-Ceilo e hoje Sri Lanka. Como foi fascinante e delicioso navegar por todos esses cantos. Cada novo mar percorrido, cada nova enseada, estreito ou porto visitado tinha sempre um gosto especial de descoberta... Sim, pois, como dizia Cmara Cascudo, o mar no guarda os vestgios das quilhas que o atravessam. Cada marinheiro tem a iluso cordial do descobrimento. (CSAR, CMG (RM1) William Carmo. Laivos de memria. In: Revista de Villegagnon, Ano IV, n 4, 2009. p. 42-50. Texto adaptado) Assinale a opo em que a concordncia do verbo ser justifica-se pela mesma regra observada em: [...] Tudo so flores e iluses [...] (13 pargrafo)

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